UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Vinicius Durval Dorne
Titulo A IDENTIDADE DO JORNALISTA NO (DIS)CURSO DA HISTÓRIA DA IMPRENSA NO BRASIL
Orientador(a) Profa. Dra. MARIA DO ROSARIO DE FATIMA VALENCISE GREGOLIN
Data 28/04/2015
Resumo RESUMOrnrnInserido no campo da Análise do Discurso (AD) francesa, com recorrências às contribuições do filósofo Michel Foucault, este estudo se debruça sobre o sujeito contemporâneo, especificamente o jornalista, buscando compreender como a partir do discurso se constroem regimes de verdade para a existência desse sujeito dentro da sociedade. O que é ser jornalista? Quais os riscos de estar nesta posição? O que é preciso ser/fazer para ser jornalista? Quem pode falar no jornalismo? Essas interrogações, neste trabalho, não se detêm no processo de construção da subjetividade pelo próprio sujeito jornalista, mas como este é tomado como objeto de discurso e, inerentemente a esse processo discursivo, subjetivado, ou seja, (des)construído por práticas discursivas. E, sendo necessário compreender o jornalista na complexidade de sua existência atual, é que este estudo faz o movimento de se voltar para a história de longa duração para, nesse processo histórico-social, desvendar como o sujeito se torna o produto de práticas discursivas diversas e fortemente amparadas na contradição – condição própria da linguagem – que delimitam um campo possível para o “ser jornalista”, os exercícios de poder próprios desta posição sujeito e também aqueles que atravessam e determinam a posição sujeito; práticas discursivas que classificam, rejeitam, assimilam, silenciam o jornalista ao longo da história. Assim, este empreendimento problematiza o sujeito jornalista na história do Brasil, a partir de acontecimentos discursivos inerentes a esse processo – delimitados neste estudo como um procedimento analítico –, interroga, tendo como corpus livros que se debruçam sobre a história da imprensa no país, questiona como no (dis)curso da história da imprensa brasileira, especificamente a partir de 1808, constroem-se identidades impossíveis para o sujeito jornalista. Para tanto, reflete sobre a concepção de história na proposta arquegenealógica de Foucault; história que se erige pelo e no discurso, e nas contradições inerentes a ele, composta de múltiplas temporalidades, não-linear. Ainda, busca compreender quem é o sujeito nas reflexões foucaultianas; condição própria para a existência do discurso, ao passo em que é o resultado também do próprio jogo discursivo em funcionamento nesse motor histórico. E, a partir deste entendimento, reflete sobre o processo da identidade, valendo-se das contribuições dos Estudos Culturais Britânicos, apropriando-os dentro do campo da teoria do discurso para, então, analisar esse processo de construção identitária do jornalista no discurso da história da imprensa no Brasil. Observa-se nos corpora a circulação de sentidos que tomam o jornalista como o representante da “verdade” materializada na informação, bem como o responsável por promover o discurso de resistência ao poder opressor – muitas vezes físico – que recai sobre os homens. Às vezes, aliado ao poder vigente, outras, ao poder que resiste, mas sempre exercendo/sendo exercido (por) um poder. Literato, cínico, técnico, objetivo, imparcial, direto, combatente, acadêmico: espaços impossíveis construídos no próprio discurso – e, assim, no interior da história –, dentro dos quais se é (não) autorizado a ser “jornalista”. rnPalavras – chave: Análise do Discurso. Foucault. Identidade. Jornalista. Brasil.rnrnrnrnrn rnRÉSUMÉrnrnrnInclus dans l’Analyse française de Discours (AD), ayant recours aux apports du philosophe Michel Foucautl, cette étude se penche sur le sujet contemporain, surtout le journaliste, et cherche à comprendre comment à partir du discours se construisent des régimes de vérité pour l’existence de ce sujet dans la société. Qu’est-ce qu’être un journaliste? Quels risques prend-t-on dans cette position ? Qu’est-ce qu’il faut être/faire pour être journliste ? Qui peut parler dans le journalisme ? Ces questions, dans ce travail, ne se tiennent pas au processus de construction de la subjectivité par le sujet journaliste lui même, mais au comment celui-ci est pris autant qu’objet de discours et, dans ce processus discursif, subjectivé, c’est-à-dire, (dé) construit par des pratiques discursives. Et, face au besoin de comprendre le journaliste dans la compléxité de son existence actuelle, cette étude fait le mouvement de se tourner vers l’histoire de longue durée pour, dans ce processus historico-social, dévoiler comment le sujet devient le produit de pratiques discursives diverses et fortement soutenues dans la contradiction – condition propre au langage – qui délimitent un champ possible pour «l’être journaliste», les exercices de pouvoir propres à cette position sujet, et aussi ceux qui traversent et déterminent la position de ce sujet ; des pratiques discursives qui le classifient,le rejettent, l’assimilent, le taisent au long de l’histoire. Ainsi, cette entreprise problématise le sujet journaliste dans l’histoire du Brésil à partir d’événements discursifs inhérents à ce processus – délimités dans cette étude comme une procédure analytique -, interroge, ayant comme corpus des ouvrages qui se penchent sur l’histoire de la presse dans le pays, interroge comment dans le (dis) cours de l’histoire de la presse brésilienne, surtout à partir de 1808, on construit des identités impossibles pour le sujet journaliste. Pour que cette analyse soit possible, ce travail considère la conception d’histoire proposée par l’archéogénéalogie de Foucault ; histoire érigée par et dans le discours, et dans les contraditions qui lui sont inhérentes, composée de temporalités multiples, non linéaire. Ce travail cherche aussi à comprendre qui est le sujet dans les réflexions foucaldiennes ; condition propre à l’existence du discours, tandis qu’il est le résultat aussi du jeux discursif en fonctionnement dans ce moteur historique. Et, à partir de cette compréhension, réfléchit sur le processus d’identité, ancré aux contributions des Études Culturelles Britanniques en les appropriant à la théorie du discours afin d’analyser ce processus de construction identitaire du journaliste dans le discours de l’histoire de la presse au Brésil. On remarque sur les corpora la circulation de sens qui prennent le journaliste pour représentant de la « vérité » materialisée dans l’information et pour le responsable de promovoir le discours de résistance au pouvoir d’oppression – plusieurs fois physique – qui retombe sur les hommes. Parfois, allié au pouvoir actuel, d’autres au pouvoir qui résiste, mais toujours en exerçant/étant exercé (par) un pouvoir. Cultivé, cynique, technique, objectif, impartial, direct, combattant, académique : des espaces impossibles construits dans le discours lui même – et, ainsi, à l’intérieur de l’histoire -, où on est (ou non) autorisé à être « journaliste ».rnMots-clé : Analyse du discours. Foucault. Identité. Journaliste. Brésil.
Tipo Defesa-Doutorado
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