UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Fábio César Montanheiro
Titulo Vozes silentes em Compromissos mineiros do século XVIII: espaços discursivos do sujeito negro em irmandades religiosas leigas
Orientador(a)
Data 11/04/2002
Resumo Considerando que Discurso e História mantêm laços indissociáveis e que , através de figurações textuais de gêneros constituídos em determinadas épocas e lugares, o ser humano representa sua relação com o vivido - concreto ou imaginário -, e representa, também, o lugar que os sujeitos históricos se atribuem mutuamente, esta dissertação tem por fim interpretar e problematizar os significados encontrados em dois Livros de Compromisso produzidos nas Minas Gerais do século XVIII. Esse gênero discursivo - na acepção bakhtiniana - se desenvolveu no seio de instituições denominadas irmandades, que eram compostas por leigos que promoviam a devoção a algum santo ou entidade do hagiológio católico. Os Livros de Compromisso objetivavam reger essas instituições, eram seu estatuto. A devoção mais corrente entre negros era a de N. S. do Rosário; entre as pessoas brancas da elite local, era a do Santíssimo Sacramento. Nesta dissertação, analisamos os Livros de Compromisso dessas irmandades, ambas vinculadas à paróquia de N.S.do Pilar de Ouro Preto. De sua análise, que se fundamentou nas ferramentas teóricas postuladas pela Análise do Discurso de linha francesa - como as noções de sujeito, estratégias discursivas, vozes, silenciamento e efeitos de sentido -, constata-se a criação de um espaço discursivo, apesar do alto controle exercido por forças da Igreja e do Estado sobre esse gênero, em que os negros da Irmandade de N. S. do Rosário dos Pretos puderam inscrever suas vozes, registrar uma fala que os constitui como sujeitos históricos.
Tipo Defesa-Mestrado

APG 2.0
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