UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Lingüística e Língua Portuguesa

Aluno(a) Wanderli Aparecido Bastos
Titulo Relativização no Português do Brasil: a sentença orientada para o discurso
Orientador(a)
Data 01/10/2008
Resumo RESUMO

Este trabalho, de interesse teórico, analisa as construções relativas, variantes não-padrão do português do Brasil (PB) sob uma perspectiva funcional. Entende-se por “oração relativa” aquela construção lingüística que determina um núcleo nominal (um pronome ou mesmo uma outra oração que valha por uma nominalização) no qual ela se encaixa por meio do pronome relativo. A oração relativa prototípica tem seu predicado com operador de tempo. No que toca ao aspecto funcional, esse tipo de oração faz parte da estratégia de identificação do referente. A abordagem encaminhada neste trabalho propõe uma descrição teórica de formas já discutidas em trabalhos anteriores e de estruturas que, com base nos dados levantados, não haviam sido descritas ainda. Em alguns casos, propomos uma interpretação estrutural diferente da que pode ter sido proposta em outros estudos. Um aspecto central considerado nos estudos de relativização tem sido a questão da posição correferencial dentro da oração relativa. O conjunto de dados sobre o qual nos debruçamos inclui sentenças típicas de outros estudos e sentenças em que ou não vemos possibilidade de se postular uma variável anafórica ou não há necessidade disso. A descrição proposta procura priorizar fatores pragmáticos, uma vez que esse tipo de construção parece não ser regulado por restrições hierárquicas e gramaticais, mas por fatores discursivos. O material analisado constituiu-se de enunciados coletados de fontes diversas: entrevistas publicadas em jornal, artigos da Internet, programas televisivos, telenovelas, textos publicitários da televisão e da imprensa escrita, entrevistas no rádio, redações escolares (Ensino Médio e Ensino Superior). e inquéritos do NURC, do VALPB e do PEUL e eventualmente ocorrências de falas espontâneas. Conforme a descrição aqui apresentada, as construções não-padrão são, de fato, relativas porque ajudam a identificar um determinado referente que o falante julga de difícil acesso ao interlocutor; elas são introduzidas por um pronome relativo (mantivemos o estatuto de pronome relativo do “que”) e são antecedidas de um SN, com o qual elas mantêm algum tipo de relação codificada anaforicamente ou inferida com base na informação pragmática do interlocutor. A diferença fundamental entre a relativa de Tema e a relativa padrão é o tipo de relação existente entre o antecedente e a oração: nesta, há conectividade sintática, marcada no pronome relativo; naquela, há conectividade semântica e, sobretudo, pragmática.

Palavras – chave: Relativização. Tema. Tópico. Posição correferencial. Restrições hierárquicas. Conectividade pragmática.
Tipo Defesa-Doutorado
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APG 2.0
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