UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"

Faculdade de Ciências e Letras - Campus de Araraquara
  Agenda Pós-Graduação - Estudos Literários

Aluno(a) Debora Franciscatto
Titulo A construção satírica do discurso machadiano em “O alienista”
Orientador(a)
Data 16/04/2004
Resumo O nosso propósito com este trabalho é a análise de uma das vertentes das compulsões encenadas por Machado, a da obsessão que leva ao erro, presente no conto O alienista. Queremos investigar neste conto a atitude retórica de Machado, como o seu discurso processa a antífrase. Para nós, utilizando-se da estratégia retórica da antífrase, Machado encontra uma saída para não argumentar a respeito da loucura e, dessa forma, simula o querer–fazer–sem–saber–fazer ciência de Simão, a fim de julgar a prepotência de quem se utiliza de um parecer–saber sem, no entanto, dominá-los. Assim, a loucura é anunciada dentro do espetáculo satírico. Machado não argumenta acerca da loucura, ele quer apenas o pretexto para um texto, quer uma história, uma história para o seu tempo. Dessa maneira, afasta-se do que possa pensar sobre a loucura e, pelo viés da sátira, montada por meio de antífrases, ataca, dissimuladamente, o totalitarismo das instituições, o que não respeita direitos e diferenças entre os homens, seus conflitos íntimos, existenciais. Aliando, na sua narrativa, a antífrase à sátira, Machado trabalha um contra-argumento em que simula o científico, as decisões isoladas e solitárias do cientista, para criticar o totalitarismo dessas decisões, na maneira como Simão subjuga, deterministicamente, as demais personagens. Dessa forma, em O alienista, Simão compulsivamente procura definir a loucura, porém, a sua investigação não se faz de forma científica, mas de maneira obsessiva e opressiva.
Tipo Defesa-Mestrado

APG 2.0
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